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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

1/2_minuto_ago

Era preciso pegar tudo do que já se disse "NADA É MAIS BONITO QUE" e fazer uma lista em que eles todos estivessem empatados em 1º lugar.

 

Por exemplo, nada é mais bonito que uma mulher bonita abandonada. Nada é mais bonito que um guri querendo comprar um carrinho de brinquedo. Nada é mais bonito que um filhote de foca órfão. Ou que um tigre matando uma vaca. Ou que uma mulher lhe dizer aquilo que nem você sabia que queria ouvir. Ou os dinossauros terem existido. Ou um golaço.

(E mais que isso direcionar-me-ia perigosamente para a propaganda de plano de saúde (se espirrar, saúde)/ banco/ tecnologia etc. no estilo daquela música 'vida é um grito de gol, é um banho de mar, é inverno e verão'.)

Mas a gente pode ficar no clima de 'em terra de cego quem tem um olho é rei' e aí o alfabeto katakana já está de ótimo tamanho.

 

Aliás,

778造_jiyoao[ãojo]_龍騰虎躍~dRaGon

 

'É_フォ''

(eh foda).

-_denso_que_o_céu

Como se me abrissem a enciclopédia:

Saturno ser menos denso que a água. Agora imagina você nadando

no seu balneário com seu calção no final de semana

e dar de cara com Saturno boiando?

 

Se há oceano suficiente? O nosso céu. Mais denso que o Sol.

Que este, por sua própria vez, bóia ali (lá em cima).

E sendo muitas milhares de vezes maior

(se a Terra fosse uma moeda nova de dez, o Sol seria uma tevê muito mais polegadas)

fica ali pequeno, submerso no nosso azul.

E há céu suficiente, no qual se adejassem outras coisas

igualmente menos densas. E flutuam galáxias travestidas de estrelas.

Todas ali, grudadas na gravidade da terra.

O Sol, superficial, reina.

 

*Mais um dos poemas do meu livro não publicado de 2006. P/ quem não sabe, direto da Wikipédia: "Saturno possui uma densidade específica de 690 kg/m³ sendo o único planeta do Sistema Solar com uma densidade inferior a da água (1000 kg/m³). Se existisse um oceano grande o bastante, Saturno flutuaria nele".

terça-feira, 25 de agosto de 2009

twVtter

twIVtter
twIIItter
twIItter
twItter



  1. _joao~grando
    joaogrando O tempo é foda, ninguém ganha dele, seja em delicadeza ou em crueldade.
  2. _joao~grando
    joaogrando O fato de responder a um TESTE para saber qual a sua IDADE MENTAL já DESCONTA alguns anos no resultado final. #ounão
  3. _joao~grando
    joaogrando O 0 (zero) do "começar do zero" é o do 10, do 100; pois o 0 mesmo só existe um. #poesia [degraus, mudança de casa]
  4. _joao~grando
    joaogrando Sê uma VIRGEM com orgulho: #euaindanãoday
  5. _joao~grando
    joaogrando A ANA HICKMAN de salto 15 é mais alta que o MICHAEL JORDAN descalço. #pensenisso
  6. _joao~grando
    joaogrando "QUEM CÊ TÁ PENSANDO QUE VC É?" seria a pergunta_guia de um #twitter mal-humorado que permitiria matar a vontade de preencher profile/bio.
  7. _joao~grando
    joaogrando P/ quem desenha, tirar uma ideia do papel é pôr uma ideia no papel. #arte
  8. _joao~grando
    joaogrando @soumaria @MarcelloCS Talvez Deus nem saiba que lhe chamam assim.
  9. _joao~grando
    joaogrando #FF #followfriday FASTFORWARD luta na justiça pela sua sigla de volta.
  10. _joao~grando
    joaogrando Seja qual for a área, FODA é sempre um belo status. Então o objetivo na vida é ser FODA. Então "FODA-SE" é MOTIVACIONAL.
  11. _joao~grando
    joaogrando “Não conta para ninguém” é o tweet mais RT da vida real.
  12. _joao~grando
    joaogrando # e 3 estão na mesma tecla: 3° lugar (#3) é + rápido de digitar q o 1º (#1). Embora o 1º possa ser 1!, q é =mente rápido.
  13. _joao~grando
    joaogrando Maneiras de usar vírgula corretamente que parecem incorretas: FEZ, UMA MERDA. [fez substantivo, singular de #fezes]
  14. _joao~grando
    joaogrando Quando um NoteBook é fechado, as teclas encontram finalmente a tela, justo a tela para a qual mandam seus recados.
  15. _joao~grando
    joaogrando Quando um jogador de futebol cai, finge que se machucou; quando algum pedestre cai, finge que não aconteceu nada.
  16. _joao~grando
    joaogrando O gato aqui de casa faz um barulho parecido com a conexão DIAL-UP enquanto dorme: certo que está sonhando ser do gênero PANTHERA.
  17. _joao~grando
    joaogrando Falar que falar do clima é papo de elevador virou papo de elevador.
  18. _joao~grando
    joaogrando Ir à praia domingo à noite: bem mais luzes brancas que vermelhas. #miniconto
  19. _joao~grando
    joaogrando Na década de 2020, quando houver o hype dos 00’s: RT @00s RT @80s.
  20. _joao~grando
    joaogrando O + legal do mundo são as pessoas. Logo após os animais e as plantas; as coisas naturais e as criadas por nós. Se bem que dá tudo empate.
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  1. _joao~grando
    joaogrando #>> = #ff
  2. _joao~grando
    joaogrando #musicmonday Hinos oficiais do BRASIL: são belíssimos e têm download gratuito permitido por lei.
  3. _joao~grando
    joaogrando RAPIDINHO e RAPIDÃO têm a mesma velocidade.
  4. _joao~grando
    joaogrando “IH, É GRIPE SUÍNA”[em tom de brincadeira] tomou deliberadamente o lugar de “SAÚDE”.
  5. _joao~grando
    joaogrando OI, VIVO e CLARO são palavras tão importantes, uma pena terem virado marcas de telefone{isso é mato c/ marcas}.
  6. _joao~grando
    joaogrando mil é menor que 1000, e 1000, que 1.000. {mil>1000>1.000>hum mil}
  7. _joao~grando
    joaogrando A INTERNET é p/ o séc. XXI o que PARIS foi p/ a 1ª metade do século XX e NY para a 2ª.
  8. _joao~grando
    joaogrando isso is so só.
  9. _joao~grando
    joaogrando O poder do º: 2 > 1, porém 2º < 1º.
  10. _joao~grando
    joaogrando ANTES: "é gripe? benegripe." AGORA: "é gripe? Procure seu médico ou unidade de saúde mais próxima."
  11. _joao~grando
    joaogrando Aliás, @Aliastes, você segue você mesmo (@twittess)? Isso não é tipo o MARTY MCFLY encontrar a si mesmo no passado/futuro?
  12. _joao~grando
    joaogrando Deus deu-me um grande desejo de não ser mais um e um monte de recursos para fazer isso possível. [fala_de_1_personagem_angustiada] #rascunho
  13. _joao~grando
    joaogrando O passado e o futuro são versões de momentos.
  14. _joao~grando
    joaogrando #followfriday @Minha_Intuição @Meus_Instintos_Básicos @Aquelas_coisas_nas_quais_realmente_acredito [crt q esta piada já deve ter sido feita]
  15. _joao~grando
    joaogrando O lado super-herói do humano é ver os olhos negros de um cachorro nos fracos e oprimidos.
  16. _joao~grando
    joaogrando Em 2004 a moda era ter um blog sempre atualizado. Em 2009, é ter um blog abandonado e explicar o porquê.
  17. _joao~grando
    joaogrando Acima da Terra é azul e frio; abaixo, vermelho e quente. Este até se parece com o inferno; aquele até é chamado céu. Mas em ambos morremos.
  18. _joao~grando
    joaogrando É como se a WEB fosse uma CRIANÇA: quando faz algo que se parece com ADULTO falam "OLHA, QUE BONITINHO"!
  19. _joao~grando
    joaogrando O Twitter se limita a 140 caracteres, mas na Bio dá p/ pôr 160. #pensenisso
  20. _joao~grando
    joaogrando Imagem é aquilo que sorri quando você deveria estar chorando.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

_>tweet

~14h52:
A impressão é que, nos casos de amor à vista, a BARRIGA treme antes do CORAÇÃO.
Bem como as BOLAS parecem subir até a bexiga quando levamos um chute no SACO.
Mas sempre se fala em AÍ MEU SACO e MEU CORAÇÃO DISPARA.

Aliás, o coração diz_"pára", pois o coração, sendo coragem, quer que você vá lá e resolva tudo e diga tudo_aquilo ou faça tudo_aquilo a fim de que ele possa voltar a bater normalmente. E talvez as bolas subam até a bexiga para que não sofram mais ainda a dor de serem tocadas pelas mãos, pois é sempre o que se faz quando isso acontece.
Muitos caracteres para pôr no @joaogrando.
E jura que eu vou ficar cortando id(é)ias p/ que elas apareçam no twitter.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

a_vida_custa_tudo_{pdf.testing}

http://issuu.com/joaogrando : Descobri esta parada somente por esses dias. E era bem o que eu queria. Isso me fará adiantar umas paradas aí. A parada é que por enquanto, à maneira do Google Wave, eu solto somente dois testes rapidinhos/ rapidões (afinal os dois adjetivos, ão e inho, têm a mesma velocidade), como lhes segue. Ou melhor, segue a parada (parada não tem plurar, apenas paradinhas, como dizia o Dolabela ao João Gordo - eu torci pela Dado) aí (a saber: um é o poema inicial do livro que escrevi em 2006 (em verdade o livro todo é um poema longo) e que talvez nunca publique, a não ser por estes meios virtuais, e o outro é tão somente uma compilação, cuja lógica reside somente nas páginas 2 e 3 que são também as últimas - mas breve, brevimente porei os resultados da exploração de uma ARTE SEQüENCIAL):


1°_encontro

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beijinho

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

140_caracteres

twitter twitter
Clica na imagem p/ ver outros tamanhos, inclusive original (amanhã sai a v. ii).
[update 8/8]Versão dois já está ali do lado.

enquanto_isso.

Rapaz pula para aparecer no Google Earth;

máquina paga pelo carinho de um cartão plástico;

menino experimenta a gravidade e a agressão
com um balão cheio de água;

rapaz aposta corrida com um ônibus
e este último vence com grande vantagem.

já para a moça, o mesmo ônibus pára e abre sua porta.
E ela estava, ainda por cima, coberta por uma pequena barraca,
protegida da chuva que dificultou a corrida daquele rapaz.

Quatro homens jogam cartas com DVDs;

homem usa o vestiário feminino para tirar uma roupa que não é sua
e que não está no seu corpo.

Meninos de barba, meninas de calça,
velhos com cabelos já grisalhos.


j.r.l.g.

desambiguação

piores_posts

Cfe (leia-se inspirado em)
piores posts do MENEZES.

[OPS! #vi] ronaldo_é_ready-made

RONALDO_é_ready-made
TRECHOS:
"A arte antecipa as coisas. A "morte" (aspas em destaque) pela qual passou a arte (e se falarmos em morte talvez possamos chamar a contemporaneidade sobrevida ou vida eterna) passam agora o jornalismo ("o jornalismo morreu?"), a televisão, o comércio, a sociedade. Assim como coisas essencialmente inquestionáveis, como a medicina, ou, menos especificamente, a ciência, passarão também – atingirão um grau de relatividade que lhes tirará a possibilidade de ser universal, transformando-se em mais uma opção dentre outras: porque tudo isso não deixar de ser a morte (ou a crise) do certo, do melhor, do bonito, da resposta."
"(...) os filmes com caras coladas à PinPix (e aí as pessoas comuns se juntam aos ídolos num plano twitteriano, como disse a capa da Time em 2006, chamando "you" a personalidade do ano), @vitorfasano, Caetano cantando "(...) por isso essa força (...)" e mergulhando na força (ou o que seja) da gravidade: trata-se o presente como um passado fantasmagórico (...)"


É a hora certa de falar dele: do fenômeno. Do fenômeno que teve sua intensidade máxima em maio e junho: o fenômeno RONALDO. Não o jogador, mas a palavra em si, a palavra despida de seu conteúdo. É a hora certa de falar posto que ele está morrendo, morre agora mesmo na medida em que cai nas hashtags do Twitter, na medida em que Zina deixa de ser um desconhecido personagem de vídeo de Youtube e ganha nome, profere outras falas, aparece com o cabelo mais comprido (exibido no programa Pânico, da Rede TV! (que se junta ao Yahoo! em levar exclamação já inserida no nome) no domingo último, ou simplesmente dia 21 (de junho, a propósito)). RONALDO (geralmente grafado em maiúsculas por aí) virou resposta para tudo, virou um substituto mais útil (ou aplicável) que a palavra coisa, dado que substitui não somente palavras, mas respostas, frases inteiras.

RONALDO é um ready-made.

(Ready-made é basicamente (bem basicamente) uma jogada artística iniciada no início do século passado (o XX) pelo francês Marcel Duchamp, que consiste em tirar o objeto de seu contexto original e recolocá-lo sob uma aura que lhe dê status de obra de arte, como numa exposição, desprezando assim as então propriedades históricas de feitura e valorização de uma obra artística, como o material, a ação manual do artista; o ready-made fez realmente uma curva na história da arte e sua importância (para além deste choque) está mais na jogada em si que na conseqüência da re-contextualização do objeto, ou seja, mais no vazio, no nonsense do que numa utilização metafórica que se utilize de sua carga simbólica intrínseca.)

Em 1950, André Malraux disse “Em arte somos os primeiros a herdar a terra toda... Acidentes danificam e o Tempo transforma, mas quem escolhe somos nós”. A arte antecipa as coisas. A “morte” (aspas em destaque) pela qual passou a arte (e se falarmos em morte talvez possamos chamar a contemporaneidade sobrevida ou vida eterna) passam agora o jornalismo (“o jornalismo morreu?”), a televisão, o comércio, a sociedade. Assim como coisas essencialmente inquestionáveis, como a medicina, ou, menos especificamente, a ciência, passarão também – atingirão um grau de relatividade que lhes tirará a possibilidade de ser universal, transformando-se em mais uma opção dentre outras: porque tudo isso não deixar de ser a morte (ou a crise) do certo, do melhor, do bonito, da resposta.

Voltando ao assunto: do mesmo modo que as subversões figurativas da passagem do século retrasado para o passado soavam terríveis e hoje são usadas de modo diametralmente oposto nos meios mais populares (como ursinhos de pelúcia e ilustrações), a sistemática básica do pós-modernismo (até pouco tempo atrás hermética pela preguiça e/ ou desinteresse do público) agora começa a ser (ou já é) aplicada também nos meios mais populares.

(Antes de falar em pós-modernismo, quero deixar bem claro que, em se tratando do meio (e conseqüentemente por questões de espaço e público, e então destinação), não me aprofundarei criticamente nestes conceitos e usá-los-ei de modo básico, bem básico.)

O pós-modernismo popularizarou-se. O humor atinge níveis abstratos, onde a graça está em não fazer sentido (e isso é no nível da popularização da coisa, pois a vanguarda eu me lembro muito bem de quando iniciou, pois eu a presenciei no meu tempo de escola). Grosso modo: “nada a ver” [sic] tornou-se um modo de fazer humor, tornou-se uma frase acompanhada por risadas. RONALDO não tem nada que ver com o Ronaldo em si, e, embora a voz meio nasalada meio infantil soe estranha na cara de mau do Zina e surpreenda ao aparecer após alguns segundos de silêncio e olhar matador, não deve em nada a coisas como o
cacete_de_agulha, ou o famoso e injusto sanduíche-íche, ou o surpreendente astronauta: é o estranhamento que gera o humor (tal quais muitos recursos usados por Will Ferrel e sua trupe).

É um humor de invasão, de interferência: temos apreendida e aprendida uma sistemática de geração de ídolos, tratando como tais personalidades que não encarnam nenhuma excepcionalidade, ou, quando encarnam, o são não pelo mérito que as elevou como tais, mas pelo status já adquirido. O recurso de explorar a imagem que tornou Che um ídolo, por exemplo. O Adnet na MTV, o rosto de Susan Boyle, os filmes com caras coladas à PinPix (e aí as pessoas comuns se juntam aos ídolos num plano twitteriano, como disse a capa da Time em 2006, chamando “you” a personalidade do ano), @vitorfasano, Caetano cantando “(...) por isso essa força (...)” e mergulhando na força (ou o que seja) da gravidade: trata-se o presente como um passado fantasmagórico, um “museu de grandes novidades”, um limbo onde a imagem da personalidade encontra-se entre humano e coisa (zapping, rostos gigantes em outdoors, miniaturas no Twitter e aquele blá, blá, blá todo): uma grande base de dados, na qual as coisas se misturam sem distinção, o recente, o antigo e o antiguíssimo, o erudito e o popular: uma vala comum disponível para consulta (e no caso do Pânico, e da idiotia geral que toma conta do mundo, para servir de piada). E o que é contemporâneo cai também numa vala sem dono, e aí a reblogagem e sites como tumblr. e we♥it falam (mostram) por mim.

O mérito está no olhar e não no objeto original – a imitação vale mais que o imitado. É como uma pintura que é igual a uma foto e por isso mesmo é valiosa, ou como uma foto de um objeto que vale mais (em vários sentidos) que o objeto.

Acreditem-me (se quiserem), isso que o Pânico faz em forma de piada está muito próximo da poética pós-moderna, de obras como as de figurões como Jasper Johns e Andy Wharol, o que lhes confere (a estes últimos) o epíteto de profetas – para muito além dos quinze minutos de fama (quase impossível não cair no clichê de acomodar Andy e o quarto de hora sob holofotes no mesmo parágrafo). Ou mesmo não é tão diferente da fotografia do fim do século passado, que apesar de figurativa tem um viés abstrato, como vemos em Hiroshi Sugimoto.

Àqueles (provavelmente poucos, talvez pouquíssimos, talvez nenhuns) que se irritarem com o “básico, bem básico” e, principalmente, com sua depuração neste texto, invoco o kitsch de Greenberg, desprendido de sua datação moderna perecida, para mostrar, através de sua essência, que a arte sempre escapa do normal, e quando não escapa é porque tem de se virar para encontrar um jeito de escapar (e para quem quiser se aprofundar leia o primordial texto “À Margem”, de Lorenzo Mammì). Acontece com a arte o mesmo que com algumas personalidades: suas propriedades são exploradas por um viés que não o do mérito original que as destacou, mas por propriedades “achadas” devido ao status que atingiram (como dizer, a partir da Palma de Ouro, que Elefante, de Gus Van Sant, é bom por causa de seu roteiro, ou que as Marilyns de Andy são boas por causa de suas propriedades visuais (e há aos montes por aí se auto-retratando tal e qual em vista deste valor)). E talvez fazendo o que discretamente condene, retiro do contexto o que o mesmo André de algumas linhas acima disse: que “l'art est un anti-destin”, que “tout art est une révolte contre le destin de l'Homme”: há outras saídas, o caminho não segue assim tão óbvio (o hype dos anos 90 substituindo o dos 80 não pode ser tão burocrático).

Não despreze um pedaço de metal no meio da cidade, ou qualquer outra coisa que lhe puxe da garganta um “porcaria”/ “até minha filha fazia”/ “isso é um engodo” (uma certa evolução nestes três xingamentos): pode ser que seu filho consuma de alguma maneira esta linguagem (ou desta liberdade, desta rarefação) daqui a uns 20 anos. E do mesmo modo (aos pouquíssimos, talvez nenhuns) a coisa no fundo foi sempre a mesma: ainda há como fugir para um lugar onde ainda podemos conversar com o passado, onde podemos levar as coisas a sério (sem que precisemos reprimir a feliz hipótese das idiotices por alguns momentos).

RONALDO.
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