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terça-feira, 31 de julho de 2012

tempo seco


O endurecimento do presente por pequenos atos irreversíveis seca o interior de uma forma única de tempo-espaço. Esses atos (como queimar um palito de fósforo ou misturar café com leite¹) são nós feitos no caminho natural de ida e volta disponíveis na direção de qualquer linha, ou simplesmente qualquer direção num caminho de qualquer formato. Dado os lados serem sempre referencias – por exemplo “baixo” é do lado mais próximo da ação gravidade, enquanto cima é onde ela está mais diluída (não fosse assim, o céu poderia vir de baixo) –, o caminho num só sentido só é explicável se há um impedimento do outro sentido.  

O futuro não é um caminho à frente, é simplesmente o presente continuar acontecendo.
Enguiçar a possibilidade de acontecimento (imediata, no presente, e possível, nesta abstração da nossa percepção consciente a que chamamos futuro) gera o passado.

Portanto a imensa maioria das viagens ao passado concebidas na ficção só o são ficcionais: o caminho voltaria, só não volta porque não há como.
Não é uma questão de tempo, é uma questão de impossibilidade de desfazer algo – se miraculosamente fosse desfeito (“voltando”, portanto – o que talvez seja uma mágica possível somente na retroatividade contábil, isso se desprezarmos seu contexto de origem factual, bem mais sofisticado, e nos mantermos apenas na sua abstração matemática), nada garantiria que seria refeito nos mesmos moldes (os números da loteria seriam outros).

Tal qual um muro que cresce porque se põe tijolos, e do qual estimamos a altura por saber ser possível pôr mais tijolos ainda. Uma agenda em papel tradicional, se usada como é para ser usada, é uma metáfora pronta para uso.

Assim, a idade acontece mais devidamente a evolução de etapas do que a medidas universais e uniformes.
O passado é só o que passa, e não o tempo que passou; não é devido ao tempo que as coisas passam, mas devido às ações que o tempo sobra, e à sobra damos a direção da frente.
(Talvez possamos então ter passados particulares ainda vivos, abertos, alteráveis, porque podemos voltar até eles: eles são, então, nosso presente.)

Há que se diariamente esquecer o passado que não te deixa ser, por que satisfaz, envergonha, avisa etc., a fim de cair de paraquedas nas possibilidades disponíveis aos vivos e, com o presente nas mãos, adivinhando-o, construí-lo, mesmo quando ele for passado ou futuro².
Adivinhar o presente; e adivinhar o futuro fazendo o presente, somando à parte não pertencente a nós, de Deus³, portanto.


1 vide a teoria de entropia e tempo, desenvolvida por físicos como Sean Carrol [livro From eternity to here, de 2010], autor do exemplo do café com leite. 
3 Deus estará sempre no que não sabemos, na nossa ignorância e fé evoluídas. 

terça-feira, 24 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

[minha] vida eterna

Se a vida Se o tempo do universo começou junto do com o universo, então não havia antes; quem sou eu para não repetir o mesmo que o universo? Isso faz, de certa forma, da vida que vivo uma vida eterna.



[comporá nalguns meses um outro projeto meu, multiplataforma, em andamento atualmente]
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