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sexta-feira, 23 de maio de 2008

seu marcolino foi ao cinema


MYBLUEBERRYNIGHTS


Seu Marcolino, meu avô, nascido brasileiro, mas ainda italiano-salame-vinho, gordão, rabugento, ainda que reconditamente doce (italiano, portanto).


Sempre que meu pai está de mau humor reclamando sem causas claras, minha mãe diz “tá bom, seu Marcolino” ou tipo “a sua chave está ali, seu Marcolino”, "a canete está na sua orelha, seu Marcolino".


O seu Marcolino (ou o meu Marcolino, tipo o que há de Marcolino em mim, incrustado no DNA e nas estadias na casa do avô) assistiu My Blueberry Nights, de Wong Kar-Wai (aliás, para mim o cartaz e o título brasileiro são spoilers, ainda que pequenos).


 


O bom é que eu não havia visto nada de Wong Kar-Wai ainda e a excelente aula técnica de fotografia do Darius Khondji, a aplicação formal (que algumas vezes ou me não pareceu significar conceitualmente nada (um mero formalismo, portanto) ou somente elementos muito rasos, como personagens misturando-se a seus ambientes ou como a cidade a abstracionar-se em suas luzes, todavia os letreiros do bar sobrepostos às cenas iniciais ficaram visualmente bonitos – mas aí é a fotografia já elogiada), a utilização de elementos do imaginário americano assumindo os aspectos extra-cinema, aplicando elementos do projeto no filme em si, uma atitude de assumir esse hibridismo cultural como choque e pensá-lo, aliados aos lourosjá havidas nesta década e antes em torno deste cineasta deram-me vontade de conhecer suas outras obras.


Mas me não deu vontade de criticar criticamente.


 


Podia até ser tudo ironia, ou um pensar sobre certos estereótipos (o que em princípio invalidaria meu nariz torcido), e à medida que o tempo passa eu simpatizo mais com a memória que tenho do filme, mas, em linhas gerais, os diálogos, as super-atuações, as imagens de câmera de segurança, os fotogramas compondo elipses, parece-me que fracassaram todos, que apenas quiseram chegar lá.


 


Ou seu Marcolino foi ao cinema.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

luz.a.zul



Sabe aquele método de pegar no sono vendo Jô Soares na TV? Fiz o mesmo ontem, no que tange a prática, entanto substitui a televisão pela janela e a Jô pela lua em sua fase cheia (o Jô está sempre na sua fase cheia). Não fui para a cama sem ela. p.s.: Isso foi escrito à luz do luar, ao luar, portanto; sem romantismo, mas escrito assim mesmo, no escuro, só com o luar, mas sem romantismo mesmo; hoje me parece piegas, piegas para caralho, mas era só a lua e eu, e a lua não é piegas, a lua é até quieta e eu também não estava tocando nenhum violão, então é piegas porque talvez não precisasse ter sido escrito, contado, lembrado.


 

segunda-feira, 12 de maio de 2008

sexta-feira, 9 de maio de 2008

olho (ou olho por olho) no Bida




O Bida, o tal Vitalmiro Bastos de Moura, foi absolvido da acusação de ser o mandante do assassinato de Dorothy Stang esses dias, não sei se não foi anteontem. O fato de este resultado ser exatamente o contrário do de antes (ou seja, a acusação) é no mínimo estranho. Não acompanho o caso, mas uma coisa eu sei: o casal Nardoni provavelmente não ia matar mais ninguém, mas estes fazendeiros que mandam (notem que não usei vírgula, especificados, os fazendeiros, portanto) à sua maneira nas terras setentrionais continuarão fazendo o que querem lá. Então é muito perigoso. Então se há vestígio de alguma impunidade aí, atentem-se, reclamem-na tanto quanto possam, a freira velhinha recebeu abrupta e covardemente o termo de sua vida também. Pobre dela. Peçamos JUSTIÇA, no sentido burocrático e na esfera social, neste caso ela será muito útil.


 

terça-feira, 6 de maio de 2008

um nu num mundo

(a)rtig(o)s

Atenção, escreverei um artigo:


o.


Atenção, escreverei outro (a inspiração é grande hoje):


a.



Cordialmente, obrigado e desde já agradecido, atenciosamente e a todos, sem mais

segunda-feira, 5 de maio de 2008

rosa

A ROSA

Fala-se em haver (nos olhos, na boca, na vagina, no coração)
rosas.
Quando ela é uma
orelha.


Quando nela
se escondem os
cabelos como laços
que se voltam sugados um pouco
para trás dela, como se o corpo fosse
um lençol com um peso (ela, afinal) em cima.


Em suma, como se o corpo estivesse sempre deitado,
olhe a orelha:


se falasse, falaria
como criou o corpo todo
ao ouvir cada instrução, para cada parte que,
a partir dela, cega e muda, fora construída. Uma flor, de fato,
semeando.


Ou, se falasse, confessaria
que fora posta no final,
como um adorno último,
que também é uma ferramenta
para o corpo se saber quão belo.


Como um beijo, posto rosa,
não se pode saber ao certo se
veio antes ou depois.


Que com um beijo na orelha
inicia-se tudo, ou com o mesmo
se consagra tudo.


Olha, com calma:
se não falar, ela deixa olhar.
Se falasse, a orelha não seria
rosa.


Ora
se a orelha não fala
é fato que seja rosa:
seu cheiro em sentido inverso
o som.

faz-me rir, brasil-zil-zil

Sabe o que ia ser muito engraçado? Se descobrissem que realmente houve uma terceira pessoa no Nardoni’s defenestrações. E nem precisava ser o André travesti do Ronaldo. Imagina a voz do povo (enquanto voz de deus) gritando “puta que pariu, linchamos as pessoas erradas!” Aí o povo teria de gritar em coro (como gritou Lula lá porque o Lobão chamou no domingão em 89, como gritou Collor, Collor no Raul Gil no tirando o chapéu) para que eles ressuscitassem, contando que sua (ou Sua?) voz realmente possuísse o status da do todo-poderoso – nem que fosse para chamar Jesus, tipo “filhão, dá um jeito nessa porra aí p/ o Pai”. Mudemos de assunto, o assassinato já deu o que tinha de dar. Afinal, tão incomum quanto um pai matar a própria filha é um pai amar a própria filha e constituir família com ela. Ou terremoto no Brasil. Ou um padre voar 5.000 m com balões. Ou o Ronaldo, com aquela namorada, com tantas outras na lista, ir dar um rolé com uns parceirões. Que coisa o Ronaldo, hein? Provavelmente ele não sabia que elas, os travestis, estavam travestidos de mulheres, mas não eram mulheres. Aliás, uma curiosidade é que é “o” travesti, mas todo mundo fala “ela” – penso que para ser democrático(a) com os dois gêneros dentre os quais visualmente flutua. Mas foi, segundo o próprio, o pior erro da vida de Ronaldo, que anunciou ontem em rede nacional que é humano. Mas sem chance, o povo não perdoa: castigo para ele também, junto com o padre, que quis voar (aliás, Bartholomeu de Gusmão deve estar se retorcendo no túmulo a fim de deixar o mesmo e correr atrás dos seus direitos de uso da alcunha padre voador), e com o Rubinho 257 GPs Barrichello, que apesar de nunca ter se envolvido publicamente com a prostituição, especialmente com colegas de cromossomos Y, é um péssimo exemplo por não ter substituído Senna à altura, missão, aliás, que qualquer brasileiro, como vencedor que é, faria s/ maiores dificuldades. Qualquer um no lugar do Rubinho venceria todas e desobedeceria aos patrões – como todos fazem dia-a-dia atrás de seus sonhos em cada atividade trabalhista ao longo do nosso Brasilzão; ninguém no lugar do Ronaldo correria atrás de um pouco de promiscuidade, especialmente os jogadores de futebol e os ricaços, eles nunca fazem isso. Aliás, realmente não sei como há tanta demanda de prostituição se a procura praticamente inexiste. E ninguém também sairia irregular com seu próprio veículo, como o fez o fiel depositário do próprio mal o capitão que naufragou uma galera na floresta Amazônia ontem – ponto para os certinhos. Ontem também, na sua revista eletrônica semanal, o Fantástico, houve uma matéria sobre uma faculdade do Rio de Janeiro à qual não irei citar pois a Globo – que tem um Ibope relativamente maior que o meu – já tratou de queimar o filme (mas é a Unigranrio) que teria uma porção de alunos do ensino fundamental estudando lá se fosse possível os matricular pois eles conquistariam vaga no vestibular se tivessem capacidade legal para usufruir da aprovação nele como já havia dito. Mas fica a pergunta: onde os burros, os que têm preguiça de estudar, os azarados, os que não tiveram condições e outros tantos fariam faculdade? E quem preencheria as vagas de funções medíocres que o mercado demanda? Como cumprir funções que exigem a mesma falsidade com que foram conquistadas? Onde os profissionais medíocres especializar-se-ão em mediocridade? Pensemos. E esperemos pelos próximos heróis e vilões do povo, e pela permuta entre estas duas condições das personagens que o povo vai ou não com a cara (ou vê ou não na imprensa). O Brasil é engraçado, ouve-se muito isso. O Pânico na TV fez uma tomada na frente do puxadinho da Hebe (medido em quarteirões). Cada carro que aparecia... Tudo bem o Michael Jackson ganhar tanto dinheiro, mas tinha uns ali que não havia explicação. E muito do povo nem se fala. Nem precisava o Vesgo e o Sílvio lá para ser engraçado.


O Brasil é engraçado, mas o resto do mundo o é também (donde temos a manchete da semana).

manchete da semana (passada)

Senhor ansioso por ser avô é chamado de monstro porque não quis esperar e deu um exemplo de como se correr atrás dos próprios sonhos: foi lá ele mesmo e fez seus netos.

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