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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

curtas sobre longas

Atrasado: mas eis, num balanço geral e resumidíssimo de 2008, as obras-primas daquele ano que se foi, ou, para ser mais blasé, indicações (a ordem é para o caso de o mundo acabar e você poder assistir a somente um deles):


1) PARANOID PARK, Gus Van Sant [crítica]


2) THE HAPPENING (Fim dos Tempos), M. Night Shyamalan [comentário]


3) NO COUNTRY FOR OLD MEN (Onde os Fracos não têm Vez), Joel & Ethan Coen [comentário]


4) I'M NOT THERE (Não Estou Lá) (sobre este falarei uma hora destas, não gostei de algumas tomadas didáticas usadas para refrescar a memória de quem assiste, mas a reflexão sobre imagem artística/ personalidade, ou referência e referente, já o deixo suficientemente interessante para constar como uma boa indicação do ano passado).


E sobre 2009, comecei (no cinema) com O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON. A única chance que eu dei p/ o filme (atenção: pequeno spoiler) foi na cena do atropelmaneto, na qual a sequência então concluiu-se sabiamente sem mostrá-lo, exibindo o que poderia ter sido, embora já estivéssemos consciente do que realmente foi. Um belo recurso para mostrar a fatalidade, mostrar como não se pode voltar atrás, mesmo que se envelheça para frente. Mas aí, eles mostraram o atropelamento depois, para deixar tudo no seu lugar e assim. Pior que isso só o beija-flor ou o epílogo publicitário. É mais ou menos assim, se Patch Adams e Em Buscar da Terra do Nunca lhe agradaram, há mais chances de você gostar deste Curioso Caso de Benjamin Button.


Eu até tentei achar algum trabalho na relação imagem e conteúdo (um velho com um corpo jovem), mas isso não foi explorado pelo filme, dado que sua espinha se dá toda na sua proposta que, para além de ter se originado num conto de Fitzgerald, é também algo que todos já imaginaram. E é mais ou menos assim: se você abre mão da realidade (ou o compromisso com a realidade, já que cinema é sempre ilusão, é uma referência) você tem de ser responsável com isso (lembremos por exemplo do belo Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças). Quanto a Brad Pitt, já reconhecia alguma qualidade como ator (especialmente em Babel) e agora com o auxílio da maquiagem (já que "a academia" vê em transformações grandes méritos (vide estatuetas de Nicole Kidman narigudo, Charlize Theron monstruosa, Daniel Day-Lewis (será que eu tira o hífen?) deficiente físico, Hilary Swank homem, Marion Cotillard feia etc.). Até porque o Oscar, como as listas de 100 essenciais da Bravo, como a maioria das análises da Veja, Istoé, Folha de S. Paulo, Zero Hora etc., são distinções críticas destinadas ao grande público (o que deixa a função crítica num meio termo, numa versão light).


Caso alguém aí tenha visto o filme (ou somente de pensar na sua proposta) ou lido o conto, divido algumas reflexões sobre tempo e sobre velhice com alguns textos:


Idade Contemporânea


Da Graça das Coisas


Por fim, um texto de Luiz Carlos Oliveira Jr., sobre a sutileza ter sucumbido ao grito mais alto.

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