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quarta-feira, 26 de março de 2008

I ♥ BBB

bbb8

Ou melhor, I ♥ final de BBB.

O ♥ não era p/ tanto. Mas eu gosto da final. Aceitei isso ontem. Quando apareceu a Pitty, deu até vontade de cair no clichê, falar mal dela, dos participantes, chamá-los medíocres , da manipulação (às vezes eu perco a paciência e penso que quem se deixa manipular pela TV merece ser manipulado) etc. Mas ontem, não sei se era o bom humor, mesmo os greatest hits da Pitty estavam divertidos, a despeito de suas verdades adolescentes à matrix de “pane no sistema”.


Ontem a fraqueza das personagens (concordo com o pessoal que ninguém em tese mereceria levar uma cifra de 7 dígitos assim, mas por outro lado, expor-se dessa maneira é preciso no mínimo coragem, ou um tipo de coragem, que seja, e muita boa sorte) privilegiou a final, a indecisão na decisão (que pode ser tudo armado como muitos dizem, assim como pode haver leptospirose nas latas de alumínio). Mas, no fim, gosto do rosto da Gyselle (com y e dois l) com uma cara de emburrada, triste e emocionada enquanto Bial a comparava com as feras, ao dizer que elas (e ela) só comem e dormem, e só não o fazem quando vão à caça – o que me fez lembrar que aquele rosto dos olhos negros e então entristecidos encabeça o mesmo corpo que dança incansável e furiosamente, um corpo belo, popularmente belo.


No último capítulo eles editam a história (real, de fato) que se passou e isso que me agrada. São recursos de narração os mais óbvios possíveis, de cinema despretensioso (no mal sentido) água com açúcar. Em verdade, os recursos de edição são os mesmos de uma colação de grau, com a diferença de que o material tem bem mais horas a serem editadas. E não tem de agradar família alguma. Só as felizes famílias regadas à pipoca após as aparições justamente de Juvenal Antena: aí valem as fofocas, barracos, corpões etc. E se na formatura eu me emociono ao mesmo tempo em que acho tudo meio brega, tenho a mesma sensação no BBB.


Lembro de quando o Rafael declarou-se para Mariana dizendo que não poderia a beijar pois estava com um problema no dente, ou ele sendo flagrado olhando para ela com candura depois de tanta promiscuidade (ele se aliviava individualmente sob os edredons), com sua voz em off dizendo o quanto gostava dela; ou o Dhomini dando uma de Romário na copa de 94 e ganhando o Brasil à base da marra; o nerd xaropão Tirso (que tornou-se adjetivo por uns tempos) desbancando um bonitão lá - é vida real empacotada, ou melhor, enlatada e artificializada, como uma lata de sopa de tomates Campbell.


Falando nisso, se o formato do programa submetesse-se ao seu conteúdo, aí seria moderno, e talvez por isso ultrapassado; mas ele é pós-moderno, consagra conceitos de tribalismo, superficialidade, caos, despretensão, igualdade de ofícios, falta de autoria. Trata a fama como magia. É a acomodação do que fora antecipado por Warhol (não se preocupem não irei mandar a dos 15 minutos) e por outros. Uma tribo de sonhos oficialmente assexuada, mas ordenada pela sensualidade, ratos de laboratório do esquemão George Orwell. E, no fim, paradoxalmente, seus atores são como poesias concretas, de forma e conteúdo convergidos; são como a eliminada Juliana, de uma beleza à qual não precisa se submergir, uma sedução menos de casa; é superficial da superficialidade da imagem, do rosto de Gyselle, que sorri, deixa de sorrir, até chora, mas sempre está a tentar ganhar 1 barão de barões.


Uma pequena tribo fútil, que só vê quem quer, e possui uma lógica própria que premia a casualidade (afinal muitos de nós se ficassem à vontade lá poderiam ser fenômenos nacionais, e vi tantos candidatos ótimos terem sido eliminados logo de início e outros pamonhas virarem lendas, até porque o BBB é feito de gentes comuns, tanto que é só comparar a Casa dos "Artistas"), ao mesmo tempo em que valoriza a reação mais que a técnica, que o talento, como numa Copa do Mundo. E como numa Copa do Mundo, as fórmulas se reformulam dentro dessa lógica própria, e certos desvios de sorte valem muito. O que enche o saco é o reflexo de uma popularidade chata, óbvia, que se vê na preferência do povo, especialmente quando se tem algum candidato favorito pessoal que não vence. Eu cheguei a esse ponto só uma vez: fui fã do Professor Aloprado. Àquela época eu acompanhei toda a parte final (TV aberta). Quando aparecia o Endemol Globo eu ficava até triste. Tanto que a edição posterior àquela, a do superestimado Alemão, eu abandonei. Donde só retornei na reta final dessa, mas sem a mesma assiduidade.


Agora, como uma coisa pode emburrecer, daí eu não sei. O Big Brother é um produto e como tal pode ser consumido como se queira: é como a coca (cola). Você pode ler Guimarães Rosa, ser mestre em xadrez (com o mesmo critério que faz de BBB um índice de superficialidade, dá para fazer de índices de certa erudição – tão clichês também) e assistir BBB. Xadrez também é um produto e pode não ter todo seu potencial utilizado. Evidente que João e o jogo milenar (para não repetir nomes) podem ser considerados abridores de mente por excelência, ao passo que o Reality Show (a fim de não reprisar títulos) pode confinar além de jovens sarados a mente dos mais bobinhos. Pode-se emburrecer com qualquer coisa. Assim como se pode se encantar com Rilke e João Cabral, com Décio Pignatari e tantos outros, eu gosto da poesia pop do Bial direcionada a dois nervosíssimos cidadãos sedentos por fama e dinheiro.


O Reality show joga limpo: eles estão ali para ficarem sumariamente milionários e todo mundo sabe, todo mundo aceita. Pior é quem ligava para dar 1 milhão para a Mara achando que estava fazendo uma boa ação, ô boa ação fácil. Mas que bom que ela pode ajudar a filha dela agora.


Mas não é p/ tanto (estou a me repetir hoje, em todos os níveis). Mesmo que pareça exagero o pessoal que passa o dia no Paper View e que trata cada paredão como reveillon, não é muito diferente de quem mergulha na obra e quer ler tudo que Balzac escreveu em detrimento de todo o resto. Estou me repetindo, mas só para afirmar que cada um faz o que quer.


Evidente que se a TV tivesse mais qualidade, manipular-se-iam as mentes para elas se não permitirem manipulação. E repito os parênteses lá de cima: quem se deixa manipular pela TV merece ser manipulado.


Só que a questão é essa: não dá p/ se exigir tanto. Como qualquer outra coisa que faz muito sucesso, o BBB gera ódio em muitos dos que não colaboram para tal sucesso. Eu mesmo tinha um anteprojeto de fazer um estêncil bbb6 no qual o 6 contaminava os b e virava um 666 – vi num livro de estênceis argentino uma idéia semelhante em relação à Xuxa (xxx, six, six, six, como dizem haver na música marquei um xis, um xis...).


E se hoje o Chaves del Ocho é clássico, é cult, o Big Brother Brasil o será nalguns anos.


E mesmo que seja um produto não da, mas para a burrice (quem se arrisca a definir burrice?), basta usar com moderação: uns instantes de “burrice” fazem bem, acalmam a cabeça.


Porém, no final do programa, eu enjoei um pouco mesmo, e hoje pela manhã recalculei o peso da exposição total na idéia de enviar um vídeo para a nona edição. Mas cogitei, afinal, eu sou brasileiro. E no fim (mas uma repetição – notem: BBB formato repetido, Campbell’s Soap, clichês... a repetição acabou tomando forma conceitual), foi só uma espiadinha (muito bagaça esse final, hein?).


Um bJoão e/ou um Grando abraço.

segunda-feira, 24 de março de 2008

uma coisa mais leve e muitíssimo maior

A sexta santa foi calor. A noite foi daquelas noites que só nela é possível encarar a rua (tal como uma personagem masculina de Machado de Assis que preferia a noite ao dia, cujo conto a que pertencia não me recordo pois havia confundido com Miss Dollar, que li também em 2002, possivelmente), embora durante dia inteiro tenha sido pouco possível ficar em qualquer lugar (aí se inclui a casa) sem esquentar muito.


Ideal p/ aventuras noturnas. Eu imagino na praia, à qual este ano não fui. Sábado o mesmo: mormaço, noite tropical.


E comemorava-se nesta época Cristo morto. Porém nenhum silêncio.


O domingo em si, o dia da ressurreição, foi cinza.


Nenhum barulho.


Cristo está de volta. E volta a melancolia, a reflexão.


* * *


Ontem, fazendo o caminho POA-Canoas, presenciei o incêndio na fábrica de fertilizantes Yara, que segundo a minha mãe era de velas. A fumaça preta já alcançava muitos metros. Claro que deixarei bem claro que não é uma coisa boa incêndio, vai ter problema para muitas pessoas, embora graças a deus (que estava comemorando seu 1975º aniversário de ressurreição) não houve ferido algum, mas essa desgraça toda, poluição causada, isso tudo é horrível etc.


Mas a sensação era a de ver uma nuvem do mal de perto. Era de ver o poder do fogo.


E era fascinante:


uma coisa muito maior, muito mais leve e muito mais poderosa que nós, mexendo-se, no céu.


Tanto que uma porção (talvez até uma multidão) de curiosos aglomerou-se nos arredores do infortúnio.


Hoje faz uns 28ºC e está nublado. Passou por mim hoje no centro de Canoas um cara igual ao Shyamalan, ou ao menos igual (no sentido de "lembra") a todos os outros descendentedes de indianos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Nádia, doravante denominada n, que só queria quando criança ser modelo quando fosse adolescente e adulta, ou ao menos ter peitos volumosos e um bumbum na medida (na medida para as mulheres). Mas eis que como não tendo acontecido isso (como tantas coisas que não acontecem para as pessoas como as respectivas pessoas queriam) reclama ao seu amigo Maquisuel (nome de anjo, termina com el, doravante denominado m).


n: Meus peitos simplesmente pararam e minha bunda não pára. Alguém lá em cima tá querendo me foder (no mau sentido, já que os anjos (e mesmo Deus) não têm sexo, ou menos não se discute isso). Por outro lado, aqui na Terra os que querem me foder, dessa vez no bom sentido, acabam também o fazendo na versão má. Eu li dia desses na revista que eu tenho corpo pêra. Corpo pêra? Como pode isso...


m: A única coisa que eu queria ser era não ser uma coisa: careca.Mas eis que eu com 23b simplesmente tinha um buraco na cabeça que se aproximava cada vez mais da minha testa cada vez maior deixando cada vez menor o couro capilar que separava esses dois pontos de desmatamento.Mas daí eu penso: ah, eu sou dos bons, dos bombons - sem nenhuma análise pejorativa quanto à comestibilidade. Dos bombons que alguns gostam exclusivamente. E azar de quem só quer Sonho de Valsa. E quer saber, corpo pêra é a cara (ou o corpo) do Brasil.


n: E quanto ao aeroporto de mosquito, ou melhor, calvície?


m: Sabe o que eu fiz?


n: hã?


m: Nem te conto. Comprei um relógio de prata. E uma camisa do Milan. Agora eu tô que nem o Zinedine Zidane, a não ser pelo Milan.


(...)


n: Ficou bonito.


m: ...


(...)


m: Sabe aquele lance de foder que tu falou antes?


n: Sei.


m: E aquele lance do bom e do mau sentido?


n: Sei.


m: Eu quero e não quero...


n:...


(...)


n: respectivamente?


m: res-pec-ti-va-men-te.


n: sem lado bom e sem lado ruim.



Duas personagens, inventei-as ontem à tarde. São gentes simples. Um dia eu os desenho e ponho junto aos outros desenhos.

terça-feira, 11 de março de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

nuovo JOÃO'S OPINIÕES

Agora englobando pqpetc e escrevê-la. E abrindo espaço para as coisas pequenas e/ ou pessoais que eu não conseguia adequar a um dos três. Porque a liberdade é azul e de todas as cores. Porque a união faz a força. Porque é mais fácil para os leitores (os menos de 100 de Stendhal que Brás Cubas falou).


E porque, afinal de contas, eu preciso oferecer o pacote completo de mim mesmo – só assim, misturando tudo, é que eu funciono. Algo que condissesse comigo mesmo. Se hoje em dia há até uma certa androginia dos extremos, é difícil (e não aconselhável pelo novíssimo bom senso) classificar bem e mal, certo e errado e, para alguns, homem e mulher, quem seria eu para classificar a linguagem? Como diz Melamed, e como digo eu mesmo e vários outros estudiosos de arte previram, a mídia não é importante – a idéia é. E a imaginação é mais importante que o conhecimento (mas chega de dizer dizeres). Não se trata de jogada de marketing. Não tenho público (talvez ainda) para o fazer. Aqueles três completaram um ciclo (mesmo que eu tivesse público, mesmo que fosse jogada de marketing, eu diria isso, ou não, pois procuro ser sincero). Um ciclo de indecisão, dúvida e de não saber o que fazer.Pois bem, atualizem vossos bookmarks, links ou listas de bloqueio. Aqueles agora são posts em preto e branco.


Mas os manterei, pois eles foram pasteurizados, não têm perecimento. Além do que, de grátis até ônibus errado (sempre acho isso engraçado).


Agora eu tenho certeza, e sinto grande alívio quando tenho certeza porque estou sempre em dúvida e sempre sem grande alívio. Passei para cá só o que me era mais caro, ou seja, tudo (ou quase tudo). Tu realmente não precisas os visitar, embora eu esteja insistindo através de links. Eu preferia o visual daqueles, mas talvez é como se eu tivesse saído da TV Manchete para ir para a Globo, ou saído da Globo para ir para a Record. Um belo dia resolvi mudar. Apesar de não gostar tanto assim dessa música (mas a ouvindo agora eu gostei, e, porque não, dancei – com a cabeça), é isso que ocorreu. Talvez um belo dia eu vá lhe telefonar.

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