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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

the book which was on the table is in your head now

Peguei um Meme meio antigo (mas antigo não existe) através de Língua Minha>Razbliuto (belíssima palavra, perguntem ao Daniel o significado)>Ju Dacoregio.
Meme é uma dessas coisas orkutianas e divertidíssimas, do tipo responder questionário das meninas em cadernos na infância, ainda que isso fosse realmente mais destinado às meninas.
Enfim, eis o Meme. Deixo claro que, ao menos para mim, considerei a regra de que revistas e outras coisas estão fora da brincadeira, senão tudo mudaria muito, especialmente na adolescência e antes e depois dela.


1. Livro/Autor(a) que marcou sua infância:

não é deste tipo de livro talvez que falamos, mas foi a enciclopédia Conhecer. Fascinante, a palavra descoberta cai muito bem. Eu lembro que eu pensava que o Victor Civita havia escrito toda ela e portanto o admirava muito. Na 2ª série eu me tornei quase uma Lisa Simpson por causa da enciclopédia: do tipo falar no tamanho das sequóias e hábitos alimentares de felinos (especialmente) para crianças de 8 anos de idade. E os atlas. Decorei quase todos os mapas continentais do mundo à mão livre de tanto desenhá-los. Outra coisa que marcou minha infância foi uma história infantil (sério?) que contava do encontro de um gato doméstico com um selvagem, mas acho que o que me impressionara mais foram as ilustrações.



2. Livro/Autor(a) que marcou sua adolescência:

na minha pré-adolescência: “Descanse em paz, meu amor”, do Pedro Bandeira, lido na 7ª série, através de uma parte que ao descrever uma mulher formosa (momento de grande erotismo para mim) elucidou em mim a idéia de que uma descrição pode ser mais poderosa que uma imagem, algo parecido com o que aprendi lendo sobre Garrincha e depois assistindo vídeos em que ele aparece. E com o poder da descrição aprendi o poder da palavra ou, mais que isso, da rarefação (e conseqüente velocidade, transparência, maleabilidade etc. do campo intelectual). Em minha adolescência Estorvo, do Chico Buarque, marcou-me quase pelo mesmo motivo, por me fazer prestar mais atenção às palavras do que às imagens geradas por elas. E finalmente o conto Boi Velho, do João Simões Lopes Neto, aí devido a uma imagem, que cá ficou em minha cabeça como um sinônimo de tristeza e beleza da tristeza.



3. Autor(a) que mais admira:

em princípio: Campos de Carvalho, Ranier Maria Rilke, e.e.cummings, João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Moraes, Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos.



4. Autor(a) contemporâneo:

ainda em princípio: Michel Melamed, Arnaldo Antunes, Viviane Mosé.



5. Leu e não gostou:

Mastigando Humanos, de Santiago Nazarian. O blog dele é acima da média em termos de inventividade, ele pode ser um cara legal, inteligente e até talentoso, mas não podemos sorrir tão facilmente, não em literatura: o livro achei bobo, bobo. E há uma sutil diferença entre verborragias que beiram insanidade, sutileza que difere um violino irritante de uma Quatro Estações direto no teu corpo inteiro e que difere o trabalho do Campos de Carvalho antes citado deste projeto aí.



6. Lê e relê:

basicamente os favoritos. E poesia, pois a poesia acontece na hora que se lê, é como comer um chocolate.



7. Manias:

tal qual o Daniel Lopes, também cheiro os livros. Aliás, não existe cheiro de livro que seja ruim, aliás, papel algum tem cheiro ruim. Das folhas amareladas dos sebos aos folders de novidades imobiliárias, todos têm cheiros lindos e me lembram muitas coisas. Outra mania que tenho é a de jamais me livrar de um livro, pode ser didático da 4ª série, pode ser um lixo, qualquer coisa, não consigo tocar fora tampouco doar.


Às vezes me acomete ser qual uma Bruna Surfistinha, que dizem ter mais livros escritos do que lidos, devido ao exagero com que me estendo às vezes em determinadas matérias e ao meu gosto mais por escrever por que ler. Mas ainda assim talvez seja um sintoma falso, pois no fundo gosto e muitíssimo de ler, e se escrevo pode ser quase uma homenagem à leitura. Mas tenho de ler muito ainda. Assim ensejo passar este meme à Laura , à Ruiva, ao Coelho e à Janaína (olha eu brincando de blogueiro e escrevendo só o primeiro nome das pessoas além de espalhar vários links num texto), que muito provavelmente leram muito mais que eu e os quais tenho certeza adoraram participar de tal brincadeira, inclusive estendendo-a a seus amigos-membros (no caso dos três últimos) da comunidade Verso & Prosa, a qual nos proporciona compartilhar de coisas em suas seções destinadas à discussão, por exemplo. Tanto melhor.


book-on-the-table


 

11 comentários:

  1. João, "Estorvo" é mesmo muito bom, mas "Budapeste" o supera em muito. Já leu?

    E discordo totalmente que não existam livros fedorentos. Nem falo em alguns de sebos (dois já deixaram minha garganta coçando e inflamada), mas mesmo alguns novos são de lascar. Tem uma editora dos EUA chamada Faber and Faber, os livros são fedorentíssimos!

    No mais, obrigado pelo link e por passar a brincadeira adiante. Já deixei meu comentário tmb na Ju.

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  2. .^^.

    Não chegou o meme pra mim. Chega por e-mail é?

    Uai, não parece um barco furado não (talvez com alguns buraquinhos, mas mesmo assim dá pra remar).

    Eu vou demorar muito pra responder. Deveras, tb virei uma Lisa Simpson quando pequenino... As belas letras é a minha formação, mas é a de mamis tb. Então comece imaginando a edícula que funciona aqui em casa como biblio particular (vai dar um problema quando sair de casa e o problema tem nome: Machado!).

    Na infância, tb curtia mais livros informativos do que "literários". Tinha coleção que cada livro era de um bicho. Adorei do canguru! Mas isso deixo pra contar quando receber o meme.

    (Meme - tipo vendo no Wiki (será que as novas criancinhas leem o dia todo o wiki, como vc, qdo era um joão~pequeno?) - é o correlato do gene, mas é da memória. Um livro seria um meme. Hehehe. (risadinha nerd e comentário nerd final:) Bacana!)

    Um abço e fico esperando o barco que não portou!

    =:B

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  3. ou é só copiar e colar?

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  4. João, meu caro: adoro esse tipo de brincadeira, mas sou anarfanet: quequeu tenho de fazer pra poder entrar na dança, cê me diz?
    Ass: Janaínanta

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  5. Ôba, tô dentro!!!

    beijooooo

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  6. Daniel,
    eu ainda sinceramente não peguei nenhum livro de cheiro ruim. Gosto até do cheiro industrial daqueles novos e baratos.
    Sabe que eu achei "Estorvo" do tamanho do Chico e Budapeste meio exagerado. Mas é uma impressão bem subjetiva e foi a primeira, deveria ler o livro novamente.
    ----------
    =:B e Janaí-não-anta,

    basta copiar, colar e responder. Costuma-se indicar algumas pessoas, mas evidentemente não é preciso. Não precisa nem se estender, mas eu é que acabo me estendendo (acho que o Coelho também vai). Dêem uma olhada na Fênix, ela já respondeu e ficou padrão.

    Aliás, o canguru é realmente curioso, é talvez a vanguarda dos animais (ou o clássico, aí não sei). A Wikipédia talvez seja o Conhecer desta geração, mas a acho menos emocionante, ou talvez seja coisa de saudosista.
    E o único perigo das bibliotecas é não sair mais de casa. "joao~pequeno"? Muito boa esta. Lógica, mas mesmo assim (ou talvez por isso), muito boa.

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  7. Opa opa, recebi pelo Coelho, achei bacana e estou respondendo e postando tb. Fui João, abrá.

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  8. Sim isso é um perigo, .^^., por isso, sou um freqüentador de bibliotecas públicas. Aqui em Sampa tem uma chamada Centro Cultural São Paulo.

    Além de uma bibliotecona, bem aberta, cheia de mesas e livros e mais pilhas de livros, tem cinema, espetáculos, oficinas, jogos de RPG (já foi a idade...), exposições (com vernisage e tudo mais...) e tudo isso de grátis (em sua grande maioria (quando cobram não passa dos R$10)).

    Aí, lá não se fica só não. Conhecemos muita gente bacana. Uns patéticos entorpecidos como nós: leitores de livro.

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  9. [...] em dívida com o João, que me passou o meme abaixo. Ainda não tinha conseguido parar pra responder. Então, aí está. [...]

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  10. Olá!
    Vi que você me linkou e vim dar uma conferida... legal você ter feito o meme, mas há vários livros citados que jamais vi na vida! Que ignorância minha!
    Mas gostei do seu blog, vou dar mais uma fuçadinha :)

    Beijos,

    Ludmila.

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  11. [...] Em minha adolescência Estorvo, do Chico Buarque, marcou-me quase … Veja o post completo clicando aqui. Post indexado de: [...]

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