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quinta-feira, 27 de maio de 2010

nova_mídia

Do balcão, vejo chegar ao bar uma moça: ela empurra a porta
- e estava escrito empurre - mas a porta fica presa.
Um recém chegado trocou dezesseis por meia dúzia e saiu do trabalho
às quatro da tarde.

Agora como queira. Entra no carro, liga o pisca utilizando o câmbio.
Acelera com o freio, ou resolve dirigir uma calçada.

Uma nova demanda, uma nova mídia.
Sem mídia alguma. O pensamento enxugado
sem software.
A solução para os blasés voltarem a se divertir.
Uma das poucas vanguardas aguardadas.
O novo domínio do fogo: o pensamento legível.
E um vírus terrível: pensou, aconteceu.

Ao invés de (em vez de em vez) inventarem coisas novas,
as primeiras atitudes seguem mastigando ainda a velha cultura:
colocaram balões nos diálogos das pessoas
para entender os mais baixos sussurros;
em nome da preguiça, passaram a trazer os cenários ideais
para dentro de casa, para a vista da sacada.
Tem até um louco que realizou seu sonho: colocou no lugar do cu
um pênis, que flácido passa fácil, fácil por rabo,
mas usou seu pau no rabo mesmo para dançar maxixe.
Quem pensou em voar ao sentir calor? Ninguém.
Na mentira apitar? Ninguém.
Mas saias e passarelas transparentes...


[escrito em 2005 ou 2006, por aí]

3 comentários:

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