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terça-feira, 12 de março de 2013

Não terrestres

Se eu visse as seguintes imagens


diria que são criaturas imaginadas; uma fofinha, da linhagem Hello Kit; a outra, dramática, expressiva, dos usos das máscaras gregas, ou inda um fantasma. 
Mas são traçados esquemáticos fiéis às fotos decalcadas dos animais seguintes:

Sternoptyx 

 Ambystoma mexicanum



A palavra extraterrestre manteria sua definição de estranheza mesmo que o terrestre composto com o prefixo de exceção se referisse à condição seca, à definição solo de terra (sem o t versal)e não ao planeta como um todo. O oceano tem a história biológica toda acumulada, a pré-história lhe é contemporânea. Lá a natureza prova que nos vence até quando o recurso (imaginar) é justamente superá-la. 

Neste sentido, cabe lembrar um animal que me fascina há anos: o espectro visível dos camarões mantis (Gonodactylus smithii) é composto por 12 cores básicas, humilhando nosso RGBzinho.
Mais do que o invisível, ele vê o inimaginável.


Googlai tudo isso. E imaginem além disso da próxima vez.   





quarta-feira, 6 de março de 2013

Câncer do Chávez, Sir Willian Campbell

Muito provavelmente o câncer do Hugo Chávez surgiu normalmente, como em qualquer pessoa, mas, cabe lembrar, a Ditadura Militar na América Latina foi (hoje comprovadamente) promovida silenciosamente pelos Estados Unidos da América, por quem não nutro nada parcialmente, o que me deixa tanto admirar quanto repugnar conforme os complexos elementos que compõe uma nação, sem simplifica-la num nome para opor ou glorificar, enfim, foram promovidas por aquele país para impedir a expansão comunista da Revolução Cubana, e provavelmente quem ouviu isso na época diria que era paranóia, teoria de conspiração.

Evidentemente que 99% das conclusões de minha razão não acreditam em teorias mirabolantes (porque eu sei como nascem as lendas nos bairros, e é do mesmo modo que nascem para o mundo todo e consequentemente para a História – e “onde há fumaça há fogo” em incontornáveis 50% dos casos é só fumaça, e gera muitas injustiças – a fofoca é uma tramitação global), e embora a experiência nos mostre que tudo tem uma explicação, que o deslumbramento nos engana, permito-me cogitar.

Imaginem só se a paranóia for um álibi surgido da nossa – então ingênua – aposta no bom senso, da nossa crença no comum, descrença no fantástico, por sermos saturados de comum a todo momento, por sermos preguiçosos ou covardes de fantástico a todo momento? Talvez Paul McCartney tenha se acidentado realmente em 66 e eles foram capazes, à época, de reproduzi-lo num sósia, com avanços ainda não disponíveis a quem não os pode pagar muitíssimo (e secretamente). Não temos, no fundo, como saber. E nisso sempre se acaba em sensações solipsistas que, embora possam nos encorajar teoricamente, geralmente assustam: talvez todos vocês saibam e não queiram me dizer. Extraterrestres? Chips? Respostas figurativas às minhas sinapses?

terça-feira, 5 de março de 2013

get OUT, B, A, C, K


Aí semana passada o letreiro do Outback estava com o B, o A, o C e o K apagados, donde eu imediato e inocentemente proferi (foneticamente aqui transcrito) ‘BÁ, APAGARAM O BEQUE’.

Primeiro a batida (♫), depois (♪) ‘slave driver, the table is turn (…)’ surgiram como uma trilha sonora humorística óbvia rodada somente na minha cabeça.

Numa interpretação tardia, sugeri-me a síntese de alguma coisa como “get OUT, B, A, C, K”: as últimas quatro letras teriam então, explícito pelo apagamento, sucumbido à imposição semântica inerente na palavra out.


Mas Bob é pop, foi o que prevaleceu.


[publicado originalmente em 11/01/13 no facebook.com/joaogrando

sexta-feira, 1 de março de 2013

t-shirt_vetor

Por mais boba, uma camiseta 'CHANGE YOUR LIFE TRY IT NOW', como a que vi no centro, aliás estampada com letras  coloridas (e entenda-se "coloridas" como cada letra com uma cor, sem repetição), é um vetor do destino estimulando as pessoas que passam por ela e pensam "é um sinal!". Ainda que banalize numa diagramação despreocupada tentadora de ser chamada mau gosto a ordem que R. Maria Rilke levou treze indefectíveis versos para concluir (Du mußt dein Leben ändern encerrando o soneto como que recolocando a (uma outra) cabeça faltante), é um agente modificador. Como disse, passei por uma hoje. 

[Originalmente escrito em 27/02/2013 no facebook.com/joaogrando
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