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sexta-feira, 4 de abril de 2008

dueto

I

Teu silêncio às vezes grita, e tu só consegues ficar calada com isso.

Mas te calas pois não ouves o que diz ele.

Quando ouvires, ah, ouvirás que ele em verdade canta.

Então tu conseguirás falar.

Mas olha, ou melhor, ouve:

tu estarás em verdade a cantar junto dele, a mesma letra, a mesma melodia.

II

Seu silêncio às vezes grita, e você só consegue ficar calada com isso.

Mas se cala porque não ouve o que diz ele.

Quando ouvir, ouvirá que ele em verdade canta.

Então conseguirá falar.

Mas olha, ou melhor, ouve:

você vai estar na verdade cantando junto dele, a mesma letra, a mesma melodia.

3 comentários:

  1. João, comentei aqui, ontem mesmo, e o comentário sumiu...

    mas o que disse foi que meu silêncio ficou bonito nos seus versos que cantam e que me encantam.

    Tu ou você, não importa, o que importa é que a palavra foi (bem)dita

    um beijo com carinho e admiração.

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  2. meu silêncio fala o tempo todo, canta, grita, chora. é por causa dele que eu escrevo; quando eu escrevo, transcrevo a fala dele.

    e quando ele se cala, eu morro um pouco. e quando ele silencia, eu me esvazio, eu escorro; eu acumulo angústia e impotência, minha alma prestes a ... em implosão, prestes a... em choro prestes a...

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  3. Uma entropia, do silêncio às vezes.
    E aí que está:
    "..."
    - justamente isso.

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