.^^.

.^^.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

trezentos quilos de leveza


“Nur manchmal schiebt der Vorhang der Pupille/ sich lautlos auf -. Dann geht ein Bild hinein,/ geht durch der Glieder angespannte Stille -/ und hört im Herzen auf zu sein.”


Der Panther, Ranier Maria Rilke


 


 


 


Trezentos quilos de leveza


num pequeno mar de carne que


olha as grades


e pensa ver nestas estranhas listras


tão retas


um sinal de evolução


de um tigre bem maior


que oprimiu sua agressividade


sem fazer barulho algum ou mesmo se mexer.


 



Lanço um olhar de quem só pode olhar


e, sem saber pôr no papel,


tiro uma foto


 



deste poema bem maior que


lança um olhar de quem só pode olhar


e, sem querer rugir,


boceja.


 


 


 


João Grando


 


(embora como disse tudo aqui escrito é meu, a não ser se indicado o contrário, como o caso do Rilke acima, parece-me que havia de se acabar este com meu nome (ou parte dele que é de todo João Ricardo Lopes Grando) embaixo).

Um comentário:

  1. [...] domingão do Faustão (paupérrimas rimas calham aqui também) tigres que não comem carne, tigres domesticados, que são tigres de Kanchaburi, que são tigres cuidados [...]

    ResponderExcluir

Tecnologia do Blogger.

Arquivo do blog